Resenha: O nazista e o psiquiatra
Geralmente as minhas resenhas aqui no blog são de livros de romance, ficção, suspense, mas o livro “O nazista e o psiquiatra” vai totalmente na contra mão disso, pois, é um livro de história que para os amantes do estilo, é leitura essencial. Tudo começa quando o grupo dos Aliados ganha a 2ª Guerra Mundial e consegue capturar alguns dos maiores líderes nazistas e os leva para Nuremberg, onde eles devem ficar encarcerados enquanto aguardam julgamento. Falando um pouco sobre Nuremberg, muitos dos presos reclamam que o local é precário e que eles são maltratados, mas durante essa narrativa tudo o que me passava na cabeça era: eles tinham comida, médicos, certo conforto e estavam esperando um julgamento, muito ao contrário do que os judeus encontravam ao serem capturados por esses mesmos homens e serem jogados em campos de concentração. Mas claro esses homens tinham uma vida cheias de regalias ante de entrar em Nuremberg, era de se esperar que reclamassem de qualquer coisa mesmo. No decorrer do livro conhecemos Douglas McGlashan Kelley, um jovem psiquiatra norte americano que é designado pelo exército para acompanhar os lideres nazistas durante o período que esperam pelo julgamento. Kelley quer descobrir se há algum traço na personalidade daqueles homens que os fizeram cometerem crimes tão bárbaros.
Precisamos aprender os motivos do sucesso nazista, de modo a tomarmos medidas para prevenir a recorrência de tamanho mal.
De todos os prisioneiros, o que mais se destaque é o Marechal Hermann Göring, o primeiro nome na sucessão do Reich. Nas conversas do Dr. Kelley e Göring a gente sempre fica na duvida de quem esta tentando controlar quem, às vezes parece que Kelley tem todo o controle da situação e às vezes parece que esse controle é todo de Göring, um verdadeiro jogo psicológico, aí já dá para perceber quão manipulador era Göring, afinal, ele conseguia “controlar” um grande psiquiatra da época.
O médico estava aprendendo a manipular Göring psicologicamente. Mas ele não percebia como o nazista estava influenciando o seu próprio modo de pensar**.**
O livro nos mostra páginas e mais páginas de conversas do psiquiatra com os presos e suas análises em busca de tentar compreender como aqueles homens fizeram o que fizeram de forma tão brutal e que marcou a história da humanidade para sempre. O mais assustador é que provavelmente aqueles homens não tivessem nada de anormal, ou que os tornassem psicopatas, no máximo eram homens em busca de poder e extremamente egocêntricos. Na capa do livro (que por sinal é linda) encontramos a frase “Um encontro de mentes fatal…” e o livro é exatamente isso, Kelley de um lado e Göring do outro e a conexão dos dois é muito intrigante. “O nazista e o psiquiatra” é um livro rico em detalhes e em material, é cheio de anotações de Kelley, dos guardas, cartas dos presos, artigos de jornais, mas nem por isso ele deixa de ser bem maçante, às vezes parece que o autor esta dando voltas, mas ai de repente o julgamento já esta começando e tudo volta a ficar mais interessante, porém, após o julgamento volta a ficar maçante, mas nem por isso menos interessante. O nazista e o psiquiatra não é um livro para todos, porque se você não se interessa por aquele tipo de história, coisas relacionadas à guerra e fatos históricos vai ser uma leitura bem cansativa, mas caso seja o contrario, dê uma chance, pois, é sensacional. E parabéns a Editora Planeta por essa bela diagramação.