Resenha: O Nome da Morte por Klester Cavalcanti

O livro O Nome da Morte do autor Klester Cavalcanti conta a história real de Julio Santana, o homem que já matou 492 pessoas, isso mesmo, esse cara já matou quase 500 pessoas e essa doideira toda é uma história real. No livro O Nome da Morte nós acompanhamos a vida de Julio desde sua adolescência, quando ainda morava com os país à margem do rio Tocantis, até o ano de 2006, quando ele decide largar essa vida de pistoleiro e viver em paz com a família. Capa do livro - O Nome da Morte O autor de O nome da morte é um premiado jornalista, que dentre outros já recebeu três vezes o Prêmio Jabuti de Literatura e nesse livro ele faz um trabalho fantástico. Com uma narrativa fluida e envolvente, Klester Cavalcanti consegue fazer com que o leitor crie empatia pelo maior assassino de aluguel do Brasil, porém, o autor levou sete anos para convencer Julio Santana a deixar que seu nome fosse divulgado no livro e que também utiliza-se uma foto sua na publicação - claro que foram usados recurso para que a foto ficasse embaçada, afinal, Julio Santana teme ter que prestar contas a justiça por 35 anos de trabalho como matador profissional. Julio Santana foi levado a essa vida por seu tio Cícero, e ele sempre diz que essa foi a única coisa que ele aprendeu a fazer na vida, por isso, nunca abandonou a profissão, afinal, ele precisava sustentar sua esposas e filhos. Julio Santana, conhecido também como Julão, saiu do meio da selva amazônica lá em 1971 para percorrer vários estados fazendo seu trabalho. Tudo começou quando seu tio ficou doente - com malária - e não conseguiria concluir um serviço, matar o pescador conhecido como Amarelo. Depois de muito insistir e também de chantagear, Cícero consegue convencer Julão a assassinar o pescador, e depois Julio fica dias pensando no ocorrido, e jura para si mesmo que nunca mais mataria alguém na vida. Contra capa do livro - o nome da morte Depois desse crime, tio Cícero convence Julio também a trabalhar como guia do exercito na Guerrilha do Araguaia, onde ele foi um dos responsáveis pela captura do José Genoino, homem que se tornaria um dos políticos mais influentes do pais anos depois. Entre ditadura militar, disputa por dinheiro, suspense, mortes, amor, violência e muito sofrimento, nós vamos sendo levados cada vez mais para dentro da história de Julio Santana, um dos personagens mais interessantes que eu já tive o prazer de ler sobre sua vida. O mais interessante, é o quanto eu ficava pensando durante todo o livro como eu podia sentir tanta empatia por um homem que causou tanto sofrimento a tanta gente. Porém, tudo isso se deve a ótima narrativa que Klester Cavalcanti, pois, apesar de ele não tentar em nenhum momento fazer de Julio um homem inocente, ele também não faz esse homem se tornar um monstro. Acredito que tudo isso se deve pela personalidade carinhosa que Julio sempre mostrou a família, tanto já em sua fase adulta, junto com a esposa e filhos, quanto quando ele era um adolescente no meio da selva onde tudo o que ele queria fazer era sair para caçar com o pai, brincar com os irmãos e namorar Ritinha. Livro - O nome da morte O Nome da Morte A História Real de Júlio Santana, O Homem que Já Matou 492 Pessoas com certeza é um livro que me marcou muito, devido toda a sua violência, mostrando ao mesmo tempo um Júlio carinhoso e inocente, e em outros momentos, um Júlio frio capaz de cometer atrocidades e sempre sair impune.