Resenha: A sociedade dos sonhadores involuntários
A maior parte do livro “A sociedade dos sonhadores involuntários” se passa em Angola e narra a história de quatro personagens distintos que se conectam através de sonhos. Daniel Benchimol é um jornalista que costuma investigar desaparecimentos, vive em conflito com a sua ex-mulher e também com a família dela e tem dois personagens que sempre estão vagando pelos seus sonhos, Moira e seu amigo Hossi. Moira é uma artista plástica moçambicana que pinta seus próprios sonhos. Hélio Castro é um neurocientista brasileiro, que esta desenvolvendo uma maquina capaz de filmar sonhos e ele acaba se aproximando de Moira por causa de seus quadros pintados com inspirações em sonhos. Hossi é um dono de hotel com passado obscuro e que apesar de não conseguir sonhar, vive visitando os sonhos de muitas outras pessoas, porém, ele não tem consciência nenhuma disso. O tema política ronda a história de todos os personagens. Daniel é perseguido por conta de alguns artigos publicados, e sua filha faz parte de um grupo que critica o governo opressor de Angola e acaba se tornando uma presa política com mais alguns militantes, uma vez presos eles resolvem organizar uma maneira pacifica de se manifestar, a greve de fome! Hossi foi militar e lutou pela independência do país no passado, criando assim muitos inimigos. Os quatro personagens principais vêem suas vidas se entrelaçando após vários acontecimentos inesperados. A sociedade dos sonhadores involuntários mostra a luta de jovens por um futuro melhor para seu país, e como é viver em um país opressor, manipulados por um governo corrupto e onde aparentemente os direitos humanos não servem de nada. O autor mistura fantasia e política, com uma narrativa bem fluida e nos faz parar para pensar na sociedade em que vivemos e como desejamos um mundo menos tirano.